YAD VASHEM E SUAS GRANDE HISTÓRIAS
Yad Vashem, conhecido como Museu do Holocausto, fica em Jerusalém para preservar a história da hedionda intenção nazista de exterminar os judeus.
Além de contar a história dos 6 milhões de judeus assassinados por Hitler, Yad Vashem mantém o Jardim dos Justos entre as Nações, uma homenagem a cada gentio (não-judeu) que ajudou de alguma forma os judeus durante a II Grande Guerra Mundial. Cada pessoa que, sem interesses e por livre vontade, ajudou algum judeu a sobreviver e escapar das perseguições nazistas recebe uma árvore com seu nome no bosque do Jardim dos Justos.
Sobre esses atos heroicos em defesa dos judeus perseguidos pela Gestapo, há a fascinante história do luterano Christiano X, rei da Dinamarca.
Às 4 da manhã do dia 9 de Abril de 1940, a Alemanha invadiu a Dinamarca num ataque surpresa, apanhando o Exército e a Marinha da Dinamarca desprevenidos e destruindo a sua força aérea. Christiano X percebeu imediatamente que a Dinamarca se encontrava numa posição impossível.
Sem perspectivas de conseguir segurar a sua posição durante muito tempo, confrontado com uma ameaça explícita de um bombardeamento da Luftwaffe à população civil de Copenhagen e apenas com um general a favor de continuar a lutar, Christiano X se rendeu perto das 6 da manhã, em troca de permanecerem independentes na sua política doméstica, dando assim início à ocupação da Dinamarca.
Hitler imaginava Christiano X como um fantoche em suas mãos. Mas ele estava errado. O monarca foi o único na Europa a se opor às leis raciais, impedindo a criação de guetos em suas cidades: todos os judeus foram mantidos como cidadãos dinamarqueses.
Assim que os nazistas quiserem obrigar os judeus a usarem uma Estrela de Davi para distingui-los, o monarca declarou:
“Se essa estrela for usada, então todos nós a usaremos!”
Quando Hitler ordenou a deportação de judeus dinamarqueses em 1943, o bispo luterano de Copenhagen, Hans Fuglangs-Damgaard, passou a exortar abertamente aos dinamarqueses a protegerem os judeus. Ele, também, mandou uma carta de protesto às autoridades alemãs na qual afirmou:
“Onde quer que perseguições sejam efetuadas por razões raciais ou religiosas contra os judeus, é dever da Igreja Cristã protestar, pois a perseguição dos judeus é irreconciliável com o conceito do amor humanitário ao próximo (…) . Raça e religião não podem jamais ser razões para privar o homem de seus direitos, liberdade ou propriedade (…). Nós devemos lutar para continuar a garantir aos nossos irmãos e irmãs judeus a mesma liberdade que preservamos mais do que a vida (…). Nossa consciência nos obriga a manter a lei e protestar contra qualquer violação de direitos humanos. Desejamos declarar sem ambiguidade nosso respeito à Palavra, pois nós devemos obedecer a Deus e não ao homem”.
A carta, lida pelo Clero luterano em todos os púlpitos do país, no dia 3 de outubro, catalisou ainda mais um sentimento nacional e uma mobilização extraordinária. Para os dinamarqueses, aquela perseguição era uma violação à sua integridade e não estavam dispostos a se submeter passivamente.
Então, o rei Christiano X e o povo dinamarquês trabalharam de forma urgente e secreta para que os judeus fossem transferidos clandestinamente para a Suécia, que era neutra.
Desta forma, 8.000 judeus dinamarqueses foram salvos dos campos de concentração.
Não sei se o rei Christiano X e o pastor Hans estão representados pessoalmente no Jardim dos Justos entre as Nações, do Yad Vashem, mas há uma coisa ainda mais maravilhosa e inédita:
Como nenhum outro povo, em toda a Europa continental, agiu de tal forma, e como os cidadãos coletivamente agiram para salvar toda a comunidade judaica, o Yad Vashem declarou o país, como um todo, JUSTO ENTRE AS NAÇÕES!
Perguntaram depois aos cidadãos da Dinamarca por qual motivo foram tão solidários, corajosos e dedicados em salvar os seus vizinhos judeus, e eles responderam: Fizemos apenas o que era certo, e deveríamos ter feito mais!
Que grande lição: Cada geração tem que compreender o seu papel no seu tempo (nem antes, nem depois) e fazer o que for certo perante Deus e os homens!
O profeta Isaías, no Século VIII a.C. , em sua geração, se dispôs fazer a vontade de Deus, dizendo HINENI: Eis-me aqui! (Isaías 6:8)
Obs. Em nossa viagem a Israel, em outubro, vamos conhecer o Yad Vashem e o Jardim dos Justos entre as Nações (e procurar a árvore da Dinamarca, é claro)!